É em dias comuns que somos surpreendidos por cenas incríveis, que denotam, na verdade, a simplicidade. Aquele era mais um desses dias. Nada de especial, muito pelo contrário, um calor desanimador. Saí do restaurante -virou rotina almoçar fora todos os dias, é mais fácil, sabe como é não ter muito tempo- e entrei no carro. Naquela arrancada e ao som do motor, viro-me para a parada de ônibus e meus olhos contemplam uma singela figura. Estava lá, aquela senhora, com seus 60 e poucos, adivinho eu, nas suas vestes que lembraram minha avó. Curvada, olhos cansados por detrás dos óculos de armação grossa, que eu pude perceber quando ela levantou a cabeça. Em suas mãos, um companheiro de capa envelhecida, com um título que a distância não me permitiu identificar. Sim, era um livro.
Aí você para e fecha a janela com raiva por ter lido até aqui (nãão, deixe-me explicar). É que é muito raro encontrar pessoas que ainda leem livros. Muitos julgam ser perda de tempo, ou assustam-se com o número de páginas nas quais não há ao menos uma figura para "quebrar o gelo". Preferem fazer qualquer outra coisa a ler um livro. Respeito as preferências, afinal conheço pessoas muito sábias que não foram alfabetizadas. Digo a você, entretanto, que ler só faz bem. Mas não adianta eu tentar explicar, pois você só vai entender a magia de um livro quando entregar-se a ele. As novas tecnologias estão o substituindo mais e mais, inclusive é bem interessante ler livros em tablets, que você vira as páginas virtualmente como se fosse mágico. Mas, sinceramente, o legal mesmo é você sentir o livro com suas próprias mãos, e ter aquela segurança por "segurar" um mundo diferente, seja um lugar, seja uma ideia, uma instrução. Só deixo a dica que tente, mesmo achando o cúmulo. Até porque depois você entende que os livros o transformam, e que a única coisa que ninguém pode tirar de você é o conhecimento.
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