quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Moral da história?

     Terça-feira à noite, sem nada para fazer? Assiste o paredão do BBB. É sério, o Bial sempre fala alguma mensagem interessante. Se você é fã, estou dando a dica certa. Se não é, eu sei que você sabe mesmo que indiretamente o que acontece na casa, através das conversas dos seus amigos. Vai dizer que não? Mesmo que diga, deixe eu chegar ao ponto. Por um acaso, eu estava em frente à tevê no momento mais tenso para Jonas e João Maurício, momento este em que Pedro Bial conta...uma fábula!
     O que minha vaga memória sonolenta captou eu tentarei reproduzir resumidamente agora. Havia três cegos, que ouviram um barulho de um elefante que se alimentava próximo a eles. O primeiro cego perguntou: "- O que é isso?" O segundo responde: "- É um elefante." E o terceiro: "E o que é um elefante?" O primeiro aproximou-se e, segurando o rabo do animal, disse que era como uma corda. O segundo, apalpando a orelha do grandalhão, disse que era como um tapete. Já o terceiro, abraçando uma das patas, concluiu: nem corda, nem tapete, mas sim uma coluna! E a discussão estava armada: cada um querendo defender o seu ponto de vista. Enquanto isso, o elefante continuava a se alimentar, indiferente ao que eles pensavam.
     Moral da história? Bial pulou essa parte, foi direto para: "João Maurício, vem conhecer primeiro o elefante!", algo do tipo. Mas eu me atrevo a dar a minha interpretação sobre. Igreja e ciência, por exemplo. Ou nós mesmos, no dia a dia. Um defende um ponto de vista, outro defende mais um completamente diferente. A vida passa e o bate-boca sobrevive. Resolveu? Não. É difícil aceitar as diferenças, e como é. Pois eu digo que perdemos tempo tentando nos impor, porque ninguém detém a verdade. Se descobríssemos a razão de todas as coisas, tudo estaria perfeito e não haveria nada a melhorar. Isso se aplica aqui também. São opiniões, ideias. E eu defendo o respeito. Podemos muito bem unir o melhor que temos em cada um de nós, ao invés de descartarmos tudo o que é alheio.
     É a maneira que se pode encontrar para não discutirmos infinitamente, enquanto muitos indiferentes precisam de nós e muitos inocentes perdem a vida por uma causa. Você pode achar ingênua e boba essa reflexão. Ou você pode pensar como eu. Não importa, só peço, em nome daqueles que não tiveram a chance de pedir: respeito! No mais, "fique de olho"!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Coragem!

                                        

    Sabe quando você está em férias, pode dormir até o rosto inchar e, repentinamente, você acorda com os olhos grilados, na tentativa de capturar o sono que fugiu? Eram 6:55 da manhã, a claridade mal começava a ultrapassar o vidro das janelas. Cadê o sono? Só sei que se fosse em época de aula ele voltava rapidinho. Sempre assim.
     Sono, de fato, não havia. Mas a preguiça tomava conta de cada um de meus membros e foi então que me veio em mente aquele pensamento: "Coragem é levantar da cama mesmo sabendo que seria melhor ficar ali." Não lembro onde li, não lembro a autoria. Parecia, no entanto, fazer sentido. Ao menos começaria meu dia com um ato de coragem.
     Foi bom, não nego. Senti na pele a fria brisa da manhã, camuflada pelo calor dos primeiros raios de sol. É legal quando se acorda assim, sem correria, sem compromissos, se é que você me entende. Só assim para apreciar pequenos detalhes para os quais nem ligamos, talvez por serem tão comuns, talvez por não termos tempo de fazer isso. E quem sabe a falta de sono daquele momento apenas ocorreu para que eu levantasse e percebesse aquele dia lindo que começava. Digo isso porque de repente minhas pálpebras ficaram pesadas, e caí na cama num ato quase que incontrolável. Pois é, eu dormiria novamente. Ah, mas dá um desconto. Afinal, eu estou de férias. E merecidas férias.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Mais do que se vê

     É em dias comuns que somos surpreendidos por cenas incríveis, que denotam, na verdade, a simplicidade. Aquele era mais um desses dias. Nada de especial, muito pelo contrário, um calor desanimador. Saí do restaurante -virou rotina almoçar fora todos os dias, é mais fácil, sabe como é não ter muito tempo- e entrei no carro. Naquela arrancada e ao som do motor, viro-me para a parada de ônibus e meus olhos contemplam uma singela figura. Estava lá, aquela senhora, com seus 60 e poucos, adivinho eu, nas suas vestes que lembraram minha avó. Curvada, olhos cansados por detrás dos óculos de armação grossa, que eu pude perceber quando ela levantou a cabeça. Em suas mãos, um companheiro de capa envelhecida, com um título que a distância não me permitiu identificar. Sim, era um livro.
     Aí você para e fecha a janela com raiva por ter lido até aqui (nãão, deixe-me explicar). É que é muito raro encontrar pessoas que ainda leem livros. Muitos julgam ser perda de tempo, ou assustam-se com o número de páginas nas quais não há ao menos uma figura para "quebrar o gelo". Preferem fazer qualquer outra coisa a ler um livro. Respeito as preferências, afinal conheço pessoas muito sábias que não foram alfabetizadas. Digo a você, entretanto, que ler só faz bem. Mas não adianta eu tentar explicar,  pois você só vai entender a magia de um livro quando entregar-se a ele. As novas tecnologias estão o substituindo mais e mais, inclusive é bem interessante ler livros em tablets, que você vira as páginas virtualmente como se fosse mágico. Mas, sinceramente, o legal mesmo é você sentir o livro com suas próprias mãos, e ter aquela segurança por "segurar" um mundo diferente, seja um lugar, seja uma ideia, uma instrução. Só deixo a dica que tente, mesmo achando o cúmulo. Até porque depois você entende que os livros o transformam, e que a única coisa que ninguém pode tirar de você é o conhecimento.

E se?

                                   

     Mãe, pai, por quê? Atire a primeira pedra quem nunca perguntou pelo menos um porquê. A gente tem mais dessas quando é criança, quando está descobrindo e se descobrindo, para chegar na adolescência e perguntar: e se? Aí você já descobriu que existem vários caminhos, uns certos e outros errados, alguns  possíveis e outros apenas em sonho. E que dentro dos certos e dos possíveis há apenas um capaz de completá-lo. E então, na angústia de chegar ao melhor deles, você se pergunta: e se?
     Por mais que você não se importe com nada e queira apenas curtir a vida, já pensou, em algum momento, em qual caminho escolher. Pode não ser com estas duas palavras, e pode não querer admitir, mas já se perguntou por onde ir. Mas a verdade é que você precisa fazer uma escolha. Talvez ela não seja a melhor, mas você precisa decidir. Sempre existirá o outro lado, pra você se perguntar novamente "e se eu tivesse feito diferente?". Só que enquanto isso a vida passa, e o que você não deve deixar é uma oportunidade ir embora. Se você tem uma, tente. Se der certo, encontrou seu caminho. Se não der, você vai trilhar aquele outro que deixou de lado. Se você não tem uma, ela vai chegar. Mas vá, não pare, porque a vida não vai parar enquanto você se perguntar "e se?" e também não vai querer saber "se" você já escolheu.