terça-feira, 20 de agosto de 2013

Açúcar ou adoçante?

   Estava comprando um cafezinho no intervalo, quando encontro uma colega. Dúvida boba, perguntei a ela: açúcar ou adoçante? Torci em pensamento para que ela dissesse "açúcar", confesso. Para a minha pequena decepção, ouvi um "adoçante". Vamos combinar que o sabor é diferente, mas a dieta e o saudável falam mais alto na consciência quando você pensa no que "deveria" fazer. 
   É, lá fui eu com meu adoçante. Mas voltemos a conversar: de vez em quando, não mata ninguém, não é verdade? Até faz bem. Há quem diga que é o estresse do dia a dia que faz você descarregar tudo na comida, nas guloseimas. Também concordo. Mas acredito que, naquele dia, eu precisava mesmo é de algo doce. Se soubermos dosar, não há grandes problemas. Ouvi sobre alguém que dizia que preferia morrer mais cedo do que passar a vida se controlando e não comer o que queria. Nem tanto ao Céu, nem tanto à Terra.
   Gosto e opinião não se discute muito, verdade. Só uma dica: vamos nos importar menos com essa rigidez de "não pode isso, não pode aquilo"... Se algo nos fará bem sem prejudicar ninguém e, claro, sem excessos, por que não ceder àquele brigadeiro de panela de vez em quando? Faz bem pra alma, adoça a vida. É disso que precisamos, de uma pitada mais doce nesse mundo tão amargo.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

A Viagem.

   Eu não entendo ao certo o que leva uma pessoa que tem "tudo", boas condições de vida, estudo, pessoas com quem contar... o que leva ela a se deprimir. Quem dera se todos tivessem o que podemos chamar de vida digna. Seria um pouco de egoísmo, um pouco de ingratidão? Creio que não. Mas se nem Freud explicou com todos os detalhes, quem sou eu pra fazer isso. 
   A nossa vida não pertence a nós, estamos ligados a outras pessoas e a partir de nossos atos de hoje construiremos o futuro. É mais ou menos isso que o filme " A viagem", protagonizando Tom Hanks, tenta passar para o público. Ele me ajudou (mesmo com meus amigos reclamando da falta de objetividade e muito tempo de duração, loucos para deixar a poltrona do cinema) a refletir um pouquinho mais sobre nosso objetivo aqui na Terra - ou quem sabe além dela.
   Como interpretou minha amiga:  devemos viver não pensando apenas na nossa felicidade, mas em algo maior, uma causa maior. Faz sentido, a vida não é toda alegrias. Então eu prefiro acreditar que realmente o filme tenha tido sucesso em sugerir que a morte seja apenas uma porta e que não podemos simplesmente parecer invisíveis diante das coisas que acontecem. A "verdade verdadeira" deve ser mostrada às pessoas, mesmo que talvez elas não queiram ouvir, mesmo que pareça improvável ou chato, ou mesmo que ela pareça fracassar em revelar sua bondade e importância. 
   "Viagem" demais pra você? Pois eu não quero passar pela vida. Quero vivê-la. E quando falarem que lutamos por nada, que o nosso esforço será fracassado, joguemos as palavras deles no lixo. Se algo é puro e de coração, devemos lutar para que isso persista no mundo, mesmo que além das nossas próprias vidas. É, é esse o nosso dever. Não para que vivamos como se fôssemos morrer amanhã, mas sim como se nunca fôssemos morrer. E eu quero que a minha viagem valha a pena, você também?

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Quantas vezes...

   Quantas vezes eu me segurei, quantas vezes tentei evitar escrever quando estava confusa ou mesmo triste. Tinha medo de que não me entendessem, de que julgassem minhas preocupações desnecessárias. As palavras, entretanto, soam como martelos em minha cabeça, implorando para saírem. Quantas vezes eu me importei com mínimas coisas. Chamavam-me de perfeccionista, eu negava. Não sei o que houve com aquela menina. Agora é como se eu não reparasse aquelas coisas que eram tão pequenas. É como se eu quisesse ver o mundo inteiro com apenas um olhar ou desejasse resolver tudo de uma vez. Uma angústia por descobrir se vale a pena lutar, se despedaçar, se reconstruir. 
   Quantas vezes eu disse: "Não posso, tenho que estudar." Quantas vezes sussurrei: "Hoje não vai dar". Quantas vezes eu pedi silêncio, pedi um ar pra respirar. Mas a guerra não acabou e o cavaleiro não pode desistir agora. Só que a verdade é que eu não deixei de viver e também não perdi nada. Apenas escolhi um outro caminho: para uns, um tanto sem graça, para outros, um ato de coragem. Eles gostam de comparação. Gostam daqueles que, brincando, conseguiram o que queriam, ou dos festeiros que dizem não ter feito esforço algum. Eles se iludem, não sabem que existem diferentes formas de sorrir ou esquecem que cada um tem suas fraquezas, afinal são humanos imperfeitos. 
   Quantas vezes me fugiram as palavras e eu não soube explicar o porquê. Quantas vezes eu não consegui fingir que estava tudo bem. Quantas vezes eu desejei colocar na cabeça das pessoas um pouco mais de compaixão. Não sei se o mundo seria mais chato, mas com certeza seria mais justo. Quantas vezes eu quis pular todo esse sofrimento e chegar logo no final feliz. Quantas vezes eu acreditei que ele pudesse existir. Desculpa, na verdade eu acredito sim. Eu prefiro crer que seja desta forma. Pra aliviar, aliviar as dores que sinto. Quantas vezes eu quis fugir de mim mesma. Quantas vezes eu disse: "Que vontade de sair correndo". Quantas vezes eu quis voltar pro sonho ou tive medo de deixar de lado o cobertor, levantar da cama e encarar as coisas de frente?
   Quantas vezes eu me perguntei: "Como eu posso melhorar a vida das pessoas?" Quantas vezes eu implorei por saber: " Qual é a minha vocação?" ou "Eu sirvo mesmo pra isso?". Quantas vezes me disseram que eu passava muito tempo fazendo algo. Só que para mim parecia sempre muito pouco tempo. Parecia que eu nunca tinha feito o suficiente. Mas também parece que eu deixei um pouco a vida me levar, saindo daquela linha tão intacta que havia traçado em mente. Digo isso em relação a alguns sonhos que preferi chamar de objetivos. Quantas vezes disseram que eu era boba, que me preocupava demais. Pois darei minha resposta à Sócrates: "Só sei que nada sei". Aliás, me atreverei a falar que deve haver mais loucos assim, mais bobos, mais sonhadores, que façam valer a pena. Então lhes digo: vocês não são os únicos, estamos juntos nesta luta. E levantaremos quantas vezes for necessário.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Oi, amor!

   Era numa dessas minhas andanças por aí. Nessas esperas de salão de beleza, sabe? Ele chegou com um "oi, deusa!". Ele, senhor. Ela, senhora. Não importava a idade que seu rosto estampava, para ele o tempo nada mudara. Muitas gurias se enfeitando, escova, cachos, tranças. O que importava, todavia, era ela, pois a olhara como se fosse a única ali presente. "O meu cabelo está bom?" - ela perguntou. E ele respondeu, sem mais nem menos com um: "você sabe que está sempre linda". Pronto, havia ganhado o meu dia: mais alguém que prova que o amor existe. E mais alguém prova que cada fase da vida tem a sua beleza, não existem nem nunca existiram padrões.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Bem vinda, maioridade!

   Ontem foi apenas um dia comum para a maioria das pessoas. Seis de janeiro de dois mil e treze: 18 anos de vida e, eu, como aniversariante, não poderia deixar de considerá-lo muito especial. Quando eu digo tem uns que não acreditam e às vezes eu até levo pro lado pessoal quando dizem: nossa, pensei que era 15 (ou menos!). Mas tudo bem, é divertido e até interessante, porque nem mesmo eu acredito que esse dia chegou.   Acho que tal como acontecera com o imperador Dom Pedro II, a vida me deu uma espécie de golpe da maioridade: exigiu que eu tivesse muita responsabilidade mais cedo. Claro que na verdade foi uma escolha minha, de acordo com os objetivos que tracei na vida. Todavia, é algo que vem de berço: não é porque é "de maior" que não precisa dar satisfação aos pais e que pode se dizer independente.
   Não sei, parece que vai demorar um pouco pra cair a ficha, se é que me entende. Alguns vão dizer: é só mais um ano. Não, não é "só" mais um. É um início, é uma renovação. Eu prefiro pensar nas coisas dessa forma, pra dar mais emoção mesmo, sabe? Pra sonhar mais, pra viver mais. A graça é a gente quem faz, o roteiro é a gente quem escreve. Seria mais fácil pensar que os dias simplesmente passam, e que temos que trabalhar até morrer ou fazer farra até cansar. Nem tanto ao céu nem tanto à terra. Seguir com honestidade e tentar ser a cada dia o melhor que podemos ser. É isso, e fazer as pessoas que nos amam se sentirem especiais.
   Sinto-me...com aquele friozinho na barriga. Aquele ar de futuro, de esperança, de vida. Que coisa mais boa, de fato cada fase da vida tem a sua beleza. Bem vinda, maioridade!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Um momento, por favor.

   Quatro horas da manhã, aquele vira pra um lado, vira pra outro e o sono não vem. Não sei, tenho algo com a noite que ainda não descobri. Mas quem nunca teve insônia na vida que me dê a receita. O silêncio, o barulhinho do relógio e dos grilos lá fora. Agora talvez você deva estar pensando porque eu escrevo essas coisas, talvez para você tão simples e tão, tão...sem graça. Pois é, meu caro, o que ocorre é que a vida não se faz só de grandes acontecimentos. Até porque se assim fosse, não poderíamos chamá-los de grandes: seriam rotina. Alguém já deve ter lhe falado que a vida é feita de momentos. Ora tristes, ora felizes: momentos. Eu sugiro que os coloquemos na balança: saibamos tirar as lições de cada um e fazer de tudo para que o lado feliz pese mais. Neste momento? Sono. Condição necessária para nosso corpo e mente. Quando eu acordar quem sabe tudo se ajeite, eu juro que vou me esforçar pra que o lado feliz pese mais e espero que você faça o mesmo. 

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Deixa fluir!

   Confesso que fazia tempo, muito tempo...que eu não dormia com um livro aberto em meu peito. Aquele ler sem compromisso, que te desliga por alguns instantes da vida real, que te faz olhar as coisas de outro ângulo (melhor, diga-se de passagem). "Se é tão bom por que dormiste?"(tu me perguntas). E eu replico, caro leitor: quando te sentes seguro, em aconchego, tu não dormes? Embora em uma outra dimensão- aquela em que o livro me colocara- eu me sentia mais em casa do que nunca.
   "Ser como o rio que flui". Belo título, de Paulo Coelho. Tanta coisa me passara pela mente lendo suas palavras, mas gostaria de ressaltar aqui a história do lápis. Aprendi que há cinco qualidades no lápis que fariam uma pessoa ser em paz com o mundo. Não se deve esquecer que há uma mão que o guia; que o apontador o faz sofrer, mas o torna mais afiado; que uma borracha pode apagar o que está errado; que a forma exterior não importa, mas sim o grafite que está dentro; que ele deixa marcas. Resolvi deixar esta marquinha aqui hoje, como me ajudou pode ajudar outras pessoas também. Foi uma boa história para embalar meu sono. Que consigamos ser, então, como o lápis, cuidando de nossas ações e sendo- por que não?- como um rio que flui.